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Alexandre Bastos é eleito presidente da ACAT

O advogado Alexandre Bastos foi eleito, nesta segunda-feira (10/06), presidente da Associação Carioca de Advogados Trabalhistas (ACAT)

O advogado Alexandre Bastos foi eleito, nesta segunda-feira (10), presidente da Associação Carioca de Advogados Trabalhistas (ACAT). Aos 38 anos, Alexandre, como gosta de ser chamado, promete fortalecer a classe em defesa do trabalhador brasileiro, num momento de desmonte da legislação trabalhista no país


O que representa para você esta eleição para a presidência da ACAT? Ela significa o resgate da representatividade do advogado e da advogada trabalhista perante a Justiça do Trabalho. A ACAT teve momentos majestosos no passado e por conta das novas legislações nós começamos a ser menosprezados perante o Judiciário e o Legislativo. E precisamos mudar esta correlação de forças. A nossa diretoria vem com muito sangue novo. Eu, particularmente, me sinto renovado com esta eleição. Passei por alguns problemas particulares em 2016, consegui dar a volta por cima, e ser aclamado por unanimidade pela nossa classe é um motivo de muito orgulho. Venho, como falei, com muita força para atuar em defesa da advocacia trabalhista.


Quais os seus planos para a ACAT? Quero ressuscitar alguns projetos antigos que deram muito certo nas gestões anteriores, potencializar os cursos de PJE, fazer com que a ACAT volte a acompanhar os procedimentos de correição nas Varas. Vamos relançar a Ouvidoria, com uma pegada nova, mais atuante. E retomar os eventos sociais para unir a advocacia trabalhista, como o tradicional campeonato de futebol da ACAT, o nosso bloco da Carnaval “dA CATia”, que ajudam a amenizar a rotina desgastante que temos na nossa vida profissional. E, claro, ampliar os cursos de capacitação. E aproveitar a parceria que temos com o Tribunal para habilitar o advogado trabalhista nestas novas ferramentas que estão surgindo.


Qual a importância da ACAT para a advocacia trabalhista? A ACAT foi a primeira associação a representar a advocacia trabalhista. Ela nasceu em 1963, numa lacuna que havia na OAB, e cresceu nos tempos sombrios da ditadura militar. Hoje, a ACAT não é só um local onde você pode se atualizar na legislação trabalhista e nas novas ferramentas. A ACAT está dentro do Tribunal, possui uma cadeira dentro do Comitê Gestor do PJE e eu sou o representante da advocacia neste Comitê Gestor, nomeado pelo presidente Fernando Zorzenon, e renomeado agora pelo José da Fonseca Martins Júnior.


Como o senhor analisa o momento atual da advocacia trabalhista? Estamos totalmente fragilizados. O advogado e advogada trabalhista são vistos quase que como bandidos quando cobramos de alguma empresa os direitos do trabalhador ou trabalhadora. As empresas se tornaram uma pobre coitada e o malfeitor passou a ser o trabalhador, que não tem seus direitos respeitados. Existem aventuras jurídicas, mas isto não é a regra da Justiça do Trabalho. E por conta desta imagem que criaram da advocacia trabalhista, somos agredidos das mais diversas formas. O que a gente mais ouve é que o problema do empresário é ter funcionário. Vejam o governo, que repete que o trabalhador não precisa de direito trabalhista porque já recebe salário. E em nenhum momento fala em rever a carga tributária para facilitar as contratações e dinamizar as relações de emprego. Esta é a triste realidade em que vive a advocacia trabalhista no nosso país, e é isso o que vamos mudar.


O que a advocacia trabalhista pode esperar do senhor à frente da ACAT? Primeiro, senhor está no céu (risos). Eu gosto de ser chamado de Alexandre. Acho que a advocacia pode esperar muito empenho e carinho à frente de uma associação que eu amo de paixão. Tenho uma tremenda admiração por todos os que aqui passaram, aprendendo com os erros e acertos dos que me antecederam, e sempre mostraram total empenho e dedicação à associação. O associado vai se sentir abraçado por esta associação. Agora não é hora de falar, mas de mostrar no dia a dia que a ACAT estará cada vez mais forte.

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